Judy Magorium

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

E então, Deus me fez parar...

Pra conquistar tudo aquilo que sempre quis, foi uma grande correria.

Trabalho c idosos, aula de dança, aula de circo, espetáculos no Teatro, eventos, comerciais, tudo.

E assim, em apenas uma noite, eu parei.

Dois assaltantes vieram roubar o carro da minha irmã. Que levassem já que seguro serve pra isso.

Não fosse a minha irmã gritar para que um deles tivesse a reação de ir pra cima dela.

Simples... me coloquei na frente e bati em um deles.

Já o outro, vendo que seu amigo estava apanhando de uma mulher, veio em minha direção, me deu um soco, me derrubou fazendo com que eu batesse a cabeça que me rendeu 14 pontos.

Logo desistiram de levar o carro da minha irmã e entraram no deles...

O pequeno detalhe é que ao sairem passaram em cima da minha perna direita, quebrando a tíbia em vários pedaços.

Resultado? Família e amigos desesperados, ambulância me levando para o Hospital.

Médicos dizendo:
Não sabemos se ela voltará a andar
Não sabemos se ela continuará com a perna
Não sabemos se terá sequelas

Enfim, quase dois meses depois estou aqui:
Afastada por mais quatro meses do trabalho, depois te ter feito uma cirurgia na perna que colocou uma haste de titânio e mais 3 parafusos.

Laudo final. Dr. Rubens dia 25/01:

Não terá sequela, todos os movimentos já voltaram, o osso já está se movimentando para colar, já pode colocar a perna fraturada no chão e peso nesta e está liberada para a fisioterapia com espectativa que volte a andar ainda no mês de fevereiro.

O que me sobrou disso?
Aprendi que andar é definitivamente o sinônimo de liberdade. Dei mais valor a tudo que tenho, inclusive todos os membros do corpo. Aprendi  a fazer tudo com calma, a valorizar meus amigos e família, senti muita falta de sexo (rsrsrs). Percebi que a moda é a gente que faz, já que meu corte na cabeça me rendeu um lindo undercut. Acreditei mais em Deus e nos meus Orixás. Aprendi que as pessoas não querem saber o que você tem por dentro, mas só olham pra você por fora e seus defeitos. Entendi que é necessário viver tudo com calma mas com muita intensidade, já que de repente você pode perder a chance de simplesmente viver. Vibrei ao saber que vou poder decorar minha casa nova com mais calma (coisa que não fiz em 6 meses por tanta pressa). Idealizei que ao voltar a andar vou olhar mais os lugares e as pessoas, já que a liberdade de se locomover traz o privilégio de ver o mundo lá fora. E por fim, reclamar menos da vida, dos amores, da família, dos amigos, de tudo. Agora é só rezar por aqueles dois que me fizeram isso. Que os Orixás os ensinem que matar ou morrer, não é a única solução.

Undercut... esse corte foi de uma certa forma forçado, mas meu querido filho/amigo deu um jeitinho pra ficar simplesmente perfeito! Acho chique :P

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